28.5.06

Verdejante




10:53 AM
Login aceito...
Novamente conectado...
Novamente surpresas...
Novamente físico, como cores, cheiros e sabores.


O grito alarmante se fez presente: 'Levanta, Hilário! Acorda. Até porque passarinho que não deve nada a ninguém já está no mundo faz é tempo...'
De súbito ele levanta, visão turva, tateando o espaço em busca da materialização da falta de respeito ao sono alheio: o barulhento despertador.
Se fosse em outras épocas, o pobre aparelho, que obece a imposição do tempo e a vontade dos compromissos, já estaria com suas molas e porcas enterradas, fazendo parte do impositivo de Lavoiser: 'Em a natureza, nada se cria, nada se perde..
Tudo se transforma'

Entender de relógios é fácil, até porque o homem se sente mestre do tempo, mesmo sabendo, inconsciente, que o Tempo é senhor dele mesmo.. Implacável, coerente, dúbio, destruidor e acalentador, o Tempo faz do homem um dançarino da orquestra tic-tac de seus passos...

Certamente o grande químico entendia de Tempo, e por conta disso sujeitou toda a Criação a mão controladora desta força... A lei da transformação, felizmente, não se aplica só à matéria, com seus movimentos inertes ao olhos vivos. Mudar também é obrigação humana...

Muitas vezes fugídios, pessoas, homens, almas, não vêem a cor do Tempo, não sentem seu cheiro acre ou doce e muito menos não sentem o sabor de suas surpresas. Mas ele lá está, aqui se encontra, assim permanece... Rápido, sútil, fagueiro, mas nunca fixo. Altera personalidades, muda corpos, crava na pele apessegada os sulcos da experiência e se vai, tímido, modesto, escondido, porém marcante.

O mesmo acontece com esta alma. Depois da luz da lamparina e dos momentos de claridade, inicia-se a percepção, nas malhas do mundo, da ação do imutável modificador. Controlando a rotação, translação, construção, destruição, presente, passado e futuro, o Tempo transforma...

Nascer, crescer, morrer e estações sazonais modificaram-se, à razão desta alma, diante da ação suave da lâmpada e do som irritante do relógio. Nascer para a Luz, crescer sob a proteção do Tempo e morrer para se integrar as etapas do ano é tudo que esta alma quer...
Passar pelo verão, com seu Sol imponente; entregar-se ao outono, com atitude de reverência pela renovação; aquietar-se no inverno para ouvir o silêncio do mundo; e despertar, então, na primeira vez, na primeira verdade, na primavera...

Tal como musgo verdejante, viajor do ciclo do tempo, secar, molhar, dormir e esplandecer.. verde, brilhante, muitos e unidos, antenados com o sim da Vida e o 'vamos' do Tempo, esta alma desperta, agradecendo aos que, mesmo que com muito ou pouquíssimo tempo de convivência, cultivaram cada folha descorada, alimentando de luz, até que elas se tornassem claras, vibrantes, porém continuando pequenas, olhando tudo de baixo.. ainda e por muito tempo.

Verde folha, cresce folha, brilha folha, alegra folha... Estas são ações singelas da Luz e do Tempo, da lâmpada e do relógio...

Tic tac tic tac... Ouvido, falado e visto... Tic tac tic tac... Lá vai o Hilário.


Logoff 11:32 AM

3 comentários:

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